“Acervos iridescentes: representações e sentidos da diversidade sexual e de gênero no Arquivo Nacional”

Roda de conversa com J. Cabral

Nesta segunda-feira, dia 06/07, o Degenera convida para a roda de conversa com a professora e pesquisadora Jacqueline Ribeiro Cabral.

Jacqueline vai debater sua pesquisa, um levantamento das representações socioculturais acerca da diversidade sexual e de gênero na sede carioca do Arquivo Nacional, tendo como referencial metodológico a perspectiva de arquivo enquanto campo etnográfico. O estudo revela como a documentação depositada naquela instituição, em diferentes épocas e nos mais variados fundos de instituições ou coleções privadas, retrata os sujeitos desviantes tanto da heteronormatividade quanto da identidade de gênero com base no sexo biológico. Discute o papel dos arquivos públicos na sedimentação de preconceitos, inverdades e sentimentos hostis, como reflexo da própria sociedade, e para a ressignificaão das subjetividades de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis em relação ao que, persistindo na condição de memória sobre a sua existência, perpetua-se no tempo através de atitudes discriminatórias e intolerantes ou de resistência e transgressão às normas hegemônicas.

O encontro é aberto à participação de todas as pessoas interessadas.

Debate sobre Feminismos Interseccionais com Conceição Nogueira

Cartaz para fala de Conceição Nogueira

Na próxima segunda-feira, 11 de maio, receberemos a professora e pesquisadora feminista Conceição Nogueira, da Universidade do Porto, Portugal, para uma discussão sobre feminismos interseccionais, práticas de pesquisa na área, conceitos e teorias.

O encontro será aberto a interessadxs e tem o apoio do Geni – Grupo de Estudos de Gênero, Sexualidade e/m Interseccionalidades/UERJ.

Simpósio Temático sobre Feminismos Interseccionais no II Desfazendo Gênero

O Degenera e o grupo Intelectuais Negras estarão presentes no II Seminário Internacional Desfazendo Gênero com o Simpósio Temático “Feminismos Interseccionais: ativismo, pesquisa e a construção de conhecimentos localizados”. O ST será coordenado pelas pesquisadoras Amana Mattos (UERJ), Giovana Xavier (UFRJ) e Lúcia Gonçalves Freitas (UEG), e acolherá trabalhos que se insiram na seguinte proposta:

Este Simpósio Temático tem como objetivo discutir os limites e possibilidades de abordagens interseccionais nos estudos feministas. Menos do que impor um modelo de teoria da interseccionalidade, a proposta é interrogar esta categoria, priorizando para tal as experiências de sujeitos múltiplos e indagando como tais experiências, que colocam o corpo em primeiro plano, transformam os olhares que conferimos aos nossos sujeitos-objetos de pesquisa. Para tal, valorizamos relatos de experiência e ativismo, pesquisas de campo e discussões teóricas que se posicionem a partir de um lugar que temos denominado de “narrativa na primeira pessoa”.
Os feminismos interseccionais discutem questões de gênero e sexualidade privilegiando em suas análises a articulação de marcadores sociais tais como raça, gênero, classe, orientação sexual, regionalidade, idade, dentre outros. Uma vez que não se trata apenas de reconhecer a existência dessas categorias, este ST propõe a seguinte reflexão: como operar articulações que sejam de fato interseccionais e não apenas aditivas? Com base no questionamento, apostamos na interseccionalidade a partir de uma perspectiva desnaturalizante e não essencialista, em que marcadores estão em constante processo de (re)construção e disputa no cenário social e político.
Assim, a localização dos lugares de fala e dos pontos de vista das e dos autores – nossas “narrativas na primeira pessoa” – é fundamental para a produção de saberes interseccionais. A interseccionalidade permite a problematização de categorias naturalizadas e a discussão de privilégios e silenciamentos que também estão presentes nas práticas feministas, sejam elas acadêmicas ou ativistas, vide as tensões históricas entre feministas negras e brancas, ou entre pesquisadorxs cisgênero e pessoas trans, para citarmos apenas alguns exemplos.
A partir do referencial interseccional discutiremos práticas e teorias de diferentes áreas do conhecimento e do ativismo, tendo em vista a importância de pensarmos nossas práticas em detrimento de apenas informarmos o acontecido através de resultados “neutros”. Por tudo isso, torna-se instigante debater propostas metodológicas que contribuam para a construção de olhares plurais e interdisciplinares no tocante às questões de gênero, sexualidade, raça e classe, construindo saberes que problematizem o sistema binário masculino e feminino, dando destaque a saberes que enfrentem o racismo, o sexismo, a trans, lesbo e homofobia em seus espaços de inserção, enfim, que ataquem o androcentrismo do aparelho conceitual dominante e exponham as contradições do patriarcado moderno. É a partir desses lugares de fala que pretendemos estabelecer e consolidar redes entre as e os participantes, contribuindo para a difusão de trabalhos de relevância política e acadêmica no debate do que temos nomeado feminismos interseccionais.
O Desfazendo Gênero acontecerá em Salvador, BA, de 4 a 7 de setembro de 2015. As inscrições de trabalhos podem ser feitas através do site do evento: http://www.desfazendogenero.ufba.br/